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segunda-feira, 20 de junho de 2011

Excertos de mim:


"depois de voltas e reviravoltas a senhora continua a chegar ao mesmo ponto, ao mesmo lado do novelo que ela puxa infinitamente na ânsia de encontrar alguma nuance de esperança, um resto de tudo, um resto de nada...Mas o final será sempre sempre o mesmo, restando apenas o nó amargo na boca, o sentido de incompetência e o aroma do medo que petrifica qualquer réstia de mudança... ela está anestesiada pela impotência que a amarra ao passado, não a permitindo seguir a luz do futuro que, apesar de a cativar, não é suficiente para a arrastar na maré do incerto. E pouco a pouco a sua carapaça torna-se cada vez mais dura e impenetrável, a expressão facial torna-se baça e sem cor e nos olhos apenas se vê réstias de lágrimas mal choradas e mal vividas. Ela vive mas a sua alma morreu na sede de esperança... Mas vai ressuscitar, vai pois..."

PF, 2011

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